Sincronicidades

Apesar da quantidade de probabilidades que imaginei ao longo desses meses, fui completamente surpreendida pelo o Universo invisível – que acredito existir – entre o Céu e a Terra. A história começa com um cobertor que foi rasgado na máquina de lavar. Decidi que naquele dia iria costurá-lo e assim fiz. Guardei novamente da sacola de “coisas para devolver”. No mesmo dia, horas depois, piscava uma notificação na tela do meu celular. Apesar da sucessão de acontecimentos inimagináveis que surgiram no correr dos dias, eu ainda não havia notado a dimensão de tudo.

Sobre não perceber a dimensão dos fatos que aconteciam com precisão milimétrica, me lembrei de um trecho do livro, Sociedade do Cansaço, de Byung-Chul Han, que estou lendo. “Para o ´tudo em um´, eu tenho uma imagem: […] flores holandesas do século XVII, onde nos botões de flores, realistas, estão assentados aqui um besouro, ali um caracol, lá uma abelha, acolá uma borboleta, e embora talvez nenhum deles tenha noção da presença do outro, no momento, no meu momento todos estão junto a todos”.

E foi assim, as peças que aparentemente pareciam estar desconectadas se acomodaram exatamente nos espaços vazios, como num quebra-cabeça. Consciente de que ainda faltam muitas peças para serem encaixadas, aguardo com paciência e calma. Sem pressa.

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