esforçando para seguir,
apesar.
todos os dias,
batalha.
alerta e perigo,
enrijeço
e tenciono.
mecânico,
sentir.
quando,
duvido do tempo.
passa,
mesmo?
esforçando para seguir,
apesar.
todos os dias,
batalha.
alerta e perigo,
enrijeço
e tenciono.
mecânico,
sentir.
quando,
duvido do tempo.
passa,
mesmo?
“Regenerar nunca é uma questão geral, pois se trata de criar ou reativar relações corpo a corpo, sempre tentaculares, sempre parciais, sempre a cultivar, isto é a retomar sob o signo da ausência de garantia e também da dor quando a perda é irremediável.” — Isabelle Stengers
A coluna, feito rio, nasce dentro da cabeça. Escorre vértebra por vértebra até desaguar dentro do quadril. Do rio, nascem seus afluentes, braços e pernas, A pele, sem costura. Infinito. Pele-tempo, envelopa a existência da nossa dança interna. De cada poro da pele, antenas se conectam com os outros oceanos que caminham pela vida. Caminhamos . Oceano adentro. Provocamos, como uma pedra na superfície da água, ondas que vão crescendo e alcançando longe. Todos os corpos-pele se alcançando por ondas. Nós não temos um corpo, somos corpo. Somos aqui e agora. Rastros e projeções. É no corpo que a vida acontece e a intuição mora. No corpo bate o coração, mora a cicatriz da infância, dói a perda, goza o prazer, arrepia na brisa. É o corpo da morada da eletricidade e do abismo. O corpo conta a sua ancestralidade, sua luta, sua história genética. Corpo-intuição é a morada dos sonhos. Corpo-intuição é reaprender a fazer o caminho de volta, do habitar com consciência e sabedoria a sua única casa no aqui e agora, o lugar garantido. Corpo que se amplifica para que aquilo que – Significa importe para pele, estômago, garganta, ventre. À perfeição do coração bombeando sangue para todas as partes do corpo, dos órgãos trabalhando em orquestra, das reações físicas às sensações emocionais, dos sonhos durante o sono e os sonhos traçados acordados. O corpo é muita poesia.
Renata Stein
Quanto mais nos conhecemos maior é a possibilidade de libertação. Os nossos sentimentos são legítimos. Acolher o que ainda não sabemos nomear. Desafiador é se deixar sentir. Impor limites. Conhecermo-nos é apenas um trecho da estrada. Somos infinitos.
tudo no infinitivo.
sucumbir
doer.
permitir.
sentir.
Matéria da revista Vida Simples, texto Raphaela de Campos Mello, número 223, ano 2020, p.20.
Fazer ideia não é sentir na pele.