Status

confissões e confusões

me sentindo sem ânimo. também com medo e perdida. estou sozinha, me sinto feia. sem esperança no futuro. estar solteira parece um fardo. ninguém me olhar parece sentença de solidão, de rejeição, de dor, de incapacidade. estou sem estímulos para fazer algo novo. sigo cansada. quero chorar, mas quem me entende? quem vai me entender? gostaria de estar estudando, realizando meus desejos, seguindo com a vida mais leve. tudo tem que ser tão difícil? eu não sigo? não acredito em mim. tô fazendo o maior esforço para me manter de pé. e não basta. só não basta.
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Nota
hoje me senti sozinha. faz um tempinho que não chorava mais de saudades.  a repressa vazou. talvez o gosto do bolo de milho - aquele que comia antes de te encontrar - foi o gatilho para a memória. doído lembrar. desejei por um momento o passado. carro parado no meu portão. mochila nas costas. abri a ferida hoje. não cicatrizou. deixa eu chorar. não está tudo bem. sem fingir.

quando?

quando o amor chega?

tenho me feito essa pergunta com mais frequência - depois do coração quebrado - custo acreditar que o amor irá surgir novamente. talvez ainda não esteja recuperada, preparada, para um outro amor. a autoestima rasteja em busca de ar. os dias seguem sem esperança de "tropeçar" no amor. e eu, será que consigo amar de novo? será que alguém me amará de novo? o que posso chamar de amor? o que é o amor? o amor romântico sumiu do meu radar e não faço a menor ideia de como voltar a emitir um sinal. eu só estou aqui e isso não basta. alguém me vê?
Nota

sou reticências. sempre fui da continuidade. pausas entre vírgulas. respiro entre ponto e vírgula. nos últimos anos apenas um ponto fez morada nos meus textos, um ponto final. final. fim. parar de vez. apertar o freio bruscamente. derrapar. cair. não tive opção. foi necessário finalizar as frases que deixei com reticências. achei que não conseguiria apagar os dois pontos, dos três, e usar apenas um. sigo buscando transformar um ponto final num ponto de recomeço. dói e não sei como se faz. não vou desistir de passar a limpo as páginas que foram rasgadas - sem piedade - do meu livro. as minhas reticências NINGUÉM, toma de mim.  

ritos

arquivo pessoal, 2022

Às vezes não nos damos conta da quantidade de ritos de passagem que vivenciamos ao longo da vida. Os Ritos de passagem, de acordo com site de buscas: “são celebrações que marcam mudanças de status de uma pessoa no seio de sua comunidade, que podem ter caráter social, comunitário ou religioso. Os Ritos de passagem são aqueles que marcam momentos importantes na vida das pessoas”. De quantas cerimônias somos constituídos? Quantos ciclos finalizamos e reiniciamos ao longo da nossa existência?

Suponho que hoje – último dia do ano – seja uma boa oportunidade para pausar algumas horas, olhar para trás e rememorar os ritos vividos durante o ano – o que conseguir lembrar ou talvez o que não se quer lembrar. Corre-se o risco de cair uma lágrima ou outra pelas memórias evocadas, mas água com sal liberta. Cá estou eu – com mais um rito para vivenciar – decidi elaborar meu rito de final de ano, um momento para se reconectar com minhas ancestrais – as mulheres que vieram antes – as sábias, as bruxas, as deusas, todas aquelas que contribuíram biologicamente e energeticamente pela nossa criação.

Faço um Rito simples, mas carregado de significados: água, ervas aromáticas, especiarias e pés descalços, conexão com a natureza sagrada. Molhar as raízes, adubar o solo para o que virá. Refazer minhas forças, seguir com todas as minhas ancestrais segurando minha mão, pois, elas me compõe – sozinha não estou.

Um Feliz Ano para vocês! Que dois mil e vinte três seja um ano de LUZ!