“Regenerar nunca é uma questão geral, pois se trata de criar ou reativar relações corpo a corpo, sempre tentaculares, sempre parciais, sempre a cultivar, isto é a retomar sob o signo da ausência de garantia e também da dor quando a perda é irremediável.” — Isabelle Stengers
pausa
do twitter

Si
Caminhar para dentro de si é rasgar-se e ver beleza.

imagem arquivo pessoal, 2021.
[esperamos]

Hoje, aguardamos ansiosas e ansiosos por uma notificação na tela do celular. Nos obrigaram a permanecer off-line. Tudo parou de repente. Sem aviso prévio. Talvez vocês, assim como eu, pensou ter consumido o pacote de dados antes do prazo, além de reiniciar o celular, acreditando que tudo seria resolvido, não resolveu.
A câmera funcionava. Fotografei o instante da espera. Milésimo de segundo congelado no tempo. Pausei a existência de ser. Me recuso a sucumbir. Sou esta fotografia, a mulher entre o azul, amarelo e vermelho.
“Fotografar, é colocar na mesma linha, a cabeça, o olho e o coração” (Henri Cartier-Bresson).
imagem arquivo pessoal, 2021
chão

No banco do jardim. Parei um segundo para observar a chuva cair. Um dia frio. Vento forte. Fiquei com vontade de sentar na calçada - no meio fio - ficar mais próxima do chão e prosear com alguém até a chuva passar. No chão frio sinto a força da terra. Nos últimos dois anos estive mais no chão do que qualquer outro lugar. Duro. Frio. Escuro. Lamacento. Olhando daqui do banco, o chão não parece tão repulsivo. Rememorei minha infância na porta de casa. O chão era local sagrado. Espaço de encontro. Bom sentar no chão. A gente ria. Brincava. Compartilhava segredos. Crescemos. Deixamos de frequentar nosso lugar. Esquecemos. Somos adultas. Chão agora lembra queda. Cair dói. Na pressa do dia a dia nem notei que eu havia levantado do chão. Hoje desejei sentar no chão - por escolha.
Bom dia, mundo
Uma pausa
Bolhinhas rosadas no domingo

* imagem arquivo pessoal, 2021.
Valorize o que importa
Matéria da revista Vida Simples, texto Raphaela de Campos Mello, número 223, ano 2020, p.20.

Crescimento colorido
Há pausas na vida que só vamos entender o sentido, depois que passamos um tempo em silêncio. Ouvir os outros é importante, mas se ouvir é essencial.
Aquela velha frase “tudo passa” é um conselho sábio, que devemos respeitar, daqueles que passaram pelos dias cinzas, mas nunca deixaram de acreditar que os dias coloridos chegam. Eles sempre chegam, e quem tem o poder de escolhe a cor somos nós.
Acabei de trocar o cinza escuro pelo “azul da cor do céu”, têm sido dias claros e leves. Não posso negar que o cinza escuro tem todo meu respeito e gratidão pelos ensinamentos que só ele me apresentou. Cores fazem parte do nosso autoconhecimento.