por escolha, me proteger, estou off-line faz um tempo. estar presente, on-line, não estava me ajudando a “organizar a bagunça interna”. decidi me proteger dos olhares inquisidores, das perguntas maldosas e das fotografias reveladoras que certamente me magoariam, coisa de quem teve o coração despedaçado. foi desafiador “sumir”, ficar off-line é necessário força. estou avaliando voltar a me inserir nas redes sociais, o motivo: ficar on-line. é uma contradição tamanha assumir que o on-line é necessário no momento, já adianto que estou em processo de cura ainda. antes que você, leitora e leitor, gargalharem, se já não fizeram isso, vou esclarecer. quero falar das minhas ideias, levantar a bandeira do feminismo, formar grupo de estudos sobre a história das mulheres, aprender mais sobre o sagrado feminino, compartilhar livros, buscar orientações sobre empreendedorismo feminino, ter uma rede de apoio, escutar, falar, mostrar, aprender… agregar. tem uma inquietação latente aqui dentro. não é salvar o mundo, mas de repente salvar nós mesmas do mundo, e acredito que isso já faz diferença. exposição é sobre isso e não sobre uma fotografia caprichada no filtro do faz de conta.
mulheres
Clarice me encara hoje

Clarice está aqui, me encarando de frente. Hoje, certamente ela me diria: "reage, mulher, bota um cropped".
no capitalismo CLT
fraca,
pede para sair.
forte,
fica.
vejo o contrário
todos os dias,
bato ponto.
Banho de Folhas – Luedji Luna
[…]
“Para-raio, bete branca, assa peixe
Abre caminho, patchuliPara-raio, bete branca, assa peixe
Abre caminho, patchuliPara-raio, para-raio
Para afastar o mal
Para afastar a inveja
Para atrair o amor
Para atrair o que for bomO que for bom
Bom, bom, bom, bom, bom”[…]
Dona de Mim – TikTok Mix #SouDona
[...] Sou dona de mim, sim Sou feliz assim Quero mais pra mim Não me contento com pouco O que me desejar pego o dobro O que sobrar fica com o troco Se eu sonho, eu realizo Se eu quero, eu consigo Confio no meus sentidos Acredito no impossível O amor é meu abrigo Subi, mas não vim sozinha Vitória delas também é minha Ouço mil vozes em harmonia. [...]
SOLNIT, Rebeca. A mãe de todas as perguntas: reflexões sobre os novos feminismos ; tradução Denise Bottmann – 1ª ed. – São Paulo: Companhia das Letras, 2017. p. 50
Uma parte da força corrosiva do trauma consiste em sua capacidade de destruir as narrativas, e […] as histórias, escritas e faladas, têm um enorme poder terapêutico tanto para o narrador como para o ouvinte. As memórias normais, não traumáticas, são reconhecidas e integradas à história do eu em curso. São, em certo sentido, como animais domesticados, tratáveis, passíveis de controle. Em contraste, a memória traumática se mantém à parte, como um cão feroz, rosnando, selvagem e imprevisível.
sobre silêncios
A boa educação também.
O que chamamos de boa educação muitas vezes significa aprender que o bem-estar alheio é mais importante. Você não pode incomodar, e estará errada se perturbar os outros, em qualquer circunstância.
SOLNIT, Rebeca. A mãe de todas as perguntas: reflexões sobre os novos feminismos ; tradução Denise Bottmann – 1ª ed. – São Paulo: Companhia das Letras, 2017. p. 60
do twitter

“Eu sou feminista. Eu tenho sido uma mulher por um longo tempo. Seria estupidez não estar do meu próprio lado. — Maya Angelou
autoconhecimento

Mas nosso tempo é cíclico, tempo-espiral. Conhecer a Lua, as estações, o óvulo, cada um em seu ritmo, no seu ciclo e confluindo. Ser flor não é só ser esplendor. Ser flor é se permitir revolver a terra, lançar-se como semente, nutrir, florescer e reflorescer conectada com o ciclo pessoal e do universo.(Renata Stein)
*imagem arquivo pessoal, 2022