Ainda é estranho não ter você no final de semana. Ansiedade que causava frio na barriga por saber que iria te encontrar. Havia um ritual. Lavar e hidratar os cabelos. Escolher a cor do esmalte e fazer as unhas. Roupa e perfume escolhidos. Tinha pão de queijo. A gente ria assistindo televisão. Segurar na sua mão ao subir as escadas. Tínhamos nosso universo. Cafuné. Ventilador. Confissões. Abraços. Beijos. Se para Clarice Lispector “sábado era a rosa da semana”, para mim a rosa da semana era sábado e domingo. Cochilo depois do almoço. Pipoca e filme. O domingo ia chegando ao fim e a saudade batia na porta para entrar. Se cuida. Boa semana. Deus acompanhe. Não era rotina. O final de semana têm sido estranho por aqui.
mão
Sala de espera
Hoje, esperei te ver sentado na sala de espera, como aconteceu meses atrás. Você não estava lá. Não perdi a esperança de te ver e todas às vezes que a porta se abria desejei que você entrasse por ela. Você não entrou. Senti sua falta para segurar minha mão.
Ainda dá tempo?
Uma das coisas que não fizemos juntos foi tomar banho de chuva. Está chovendo agora, lembrei de você. Será que ainda dá tempo de pegar na sua mão e te levar comigo para um banho de chuva?