ritos

arquivo pessoal, 2022

Às vezes não nos damos conta da quantidade de ritos de passagem que vivenciamos ao longo da vida. Os Ritos de passagem, de acordo com site de buscas: “são celebrações que marcam mudanças de status de uma pessoa no seio de sua comunidade, que podem ter caráter social, comunitário ou religioso. Os Ritos de passagem são aqueles que marcam momentos importantes na vida das pessoas”. De quantas cerimônias somos constituídos? Quantos ciclos finalizamos e reiniciamos ao longo da nossa existência?

Suponho que hoje – último dia do ano – seja uma boa oportunidade para pausar algumas horas, olhar para trás e rememorar os ritos vividos durante o ano – o que conseguir lembrar ou talvez o que não se quer lembrar. Corre-se o risco de cair uma lágrima ou outra pelas memórias evocadas, mas água com sal liberta. Cá estou eu – com mais um rito para vivenciar – decidi elaborar meu rito de final de ano, um momento para se reconectar com minhas ancestrais – as mulheres que vieram antes – as sábias, as bruxas, as deusas, todas aquelas que contribuíram biologicamente e energeticamente pela nossa criação.

Faço um Rito simples, mas carregado de significados: água, ervas aromáticas, especiarias e pés descalços, conexão com a natureza sagrada. Molhar as raízes, adubar o solo para o que virá. Refazer minhas forças, seguir com todas as minhas ancestrais segurando minha mão, pois, elas me compõe – sozinha não estou.

Um Feliz Ano para vocês! Que dois mil e vinte três seja um ano de LUZ!

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Status

Mais uma volta ao redor do Sol.

Agradecer,

celebrar.

A vida,

precisa ser vivida,

de fato.

Sorrisos,

lágrimas,

dores,

e prazer.

Dúvidas,

certezas;

parar;

descansar;

levantar;

seguir.

É movimento,

crescimento,

evolução.

Cíclica,

mulheres.

Fazemos nossa história,

escrevo a minha.

Hoje celebro,

amanhã,

deixa chegar.

Mandala lunar 2022 : um caminho de autoconhecimento / organização Ieve Holthausen, Naíla Andrade. –1. ed. — Porto Alegre, RS : Mandala Lunar, 2021.p.91

quarto de espelhos

eu ando pelo mundo arrancando as etiquetas que colam em mim. eu não caibo nas gavetas, caixas e prateleiras que me apresentam como destino.


minha partida é inteira. sou mais desatino e revoada do que ponto de chegada. quando me vês, sou outra, e a mulher que anda firme ao meu lado é uma versão atualizada de mim.


lamento bem pouquinho se te desagrado. e ofereço: teu olhar crítico viesse com cep, te devolveria compassiva cada uma das expectativas sobre quem você supõe que eu sou.

de brinde, te enviaria caquinhos deste quarto de espelhos que estilhaço a cada dia.

por irônico que pareça, quebradinho tem mais-valia nesse jogo que nos separa à serviço da mercantia.

por todas as vezes que me senti inadequada, o meu desagravo é me amar tim-tim por tim-tim, hoje, amanhã, sempre: respirando, acolhendo e celebrando esta que vou sendo… até o fim.

Nanda Barreto

Nota

Mandala Lunar

“Praticar a autoinvestigação é ampliar a consciência sobre si e sobre o mundo, agindo com mais presença. É ser cientista de si mesma, pesquisadora dos próprios processos, cultivar hábitos que nos ajudem a perceber e lembrar, como observar (com gentileza), registrar (com verdade) e revisitar (com interesse), iluminar padrões e necessidades gerando escolhas mais coerentes com o nosso propósito”. p.32

Pada conhecer…clique

Lua crescente

Sinto que estamos todas conectadas. 
Dizem que Lua crescente aponta a intenção pela mudança. 
No caminho encontrei mulheres que me acolheram, 
de cada uma recebi um punhado de força. 
Memórias ligadas pela ancestralidade.
Hoje tem Lua crescente no céu.
Na minha pele também.
Mudei.
Talvez seja esse o (re)começo.
Não estou sozinha.
Todas elas estão comigo.
Cada uma com sua própria história.

créditos da imagem @trilliantattoo