dos livros que li…

 ATWOOD, Margaret. O Conto da Aia. Trad. de Ana Deiró. Rio de Janeiro: Rocco, 2017. p. 90 


Afundo dentro de meu corpo como se dentro de um pântano, um atoleiro, onde só eu conheço os pontos de apoio seguros para os pés. Terreno traiçoeiro, meu próprio território. Torno-me a terra contra a qual encosto minha orelha, para escutar rumores do futuro.
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Nota

Dos livros que li

[ WOOLF, Virgínia. Um teto todo seu. Trad. Vera Ribeiro; prefácio Ana Maria Machado – 2. ed. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019. p.92 ]

janela

A mente é decerto um órgão muito misterioso, refleti, afastando minha cabeça da janela, sobre o qual não se sabe absolutamente nada, embora dependamos dele tão completamente. Por que sinto que há cisões e oposições na mente, tal como há tensões vindas de causas óbvias no corpo? O que se pretende dizer com “unidade da mente”?, ponderei, pois é claro que a mente tem um poder de concentração tão grande em qualquer ponto e a qualquer momento que parece não ter nenhum estado único de ser. Ela pode isolar-se das pessoas na rua, por exemplo, e pensar em si mesma como apartada delas, numa janela superior, olhando-as lá embaixo. Ou pode pensar espontaneamente com as outras pessoas, como, por exemplo, numa multidão esperando para ouvir a leitura de alguma notícia.

imagem arquivo pessoal, 2021

Estudos iniciados

DEL PRIORE, Mary. Sobreviventes e guerreiras: uma breve história das mulheres no Brasil: 1500-2000 – São Paulo: Planeta, 2020.

Resistir, manter acesa a chama efêmera da existência, aguentar, sobreviver. “Resistir”, cuja etimologia vem de stare e que significa ficar de pé. Resistimos como respiramos, por exemplo. Resistimos para sobreviver e também para defender nosso valores, sem os quais a vida não tem sentido. O bom é que, ao longo dos tempos, a matéria da qual somos feitas, ou seja, nossa cultura mestiça, resiste cada vez mais e melhor às pressões. E, longe de esconder os conflitos, nós os levamos para a praça pública a fim de encontrar soluções para a violência e para a desigualdade, soluções em que o grito seja substituído pelo diálogo e a concorrência, pela colaboração.

Citação

Dos livros que li…

DOEDERLEIN, João. O livro dos ressignificados. 1ª e. – São Paulo: Paralela, 2017. p.149

tatuagem (s.f.)

é cicatriz que a alma fecha. é marca de nascença que a vida se esqueceu de desenhar, e a agulha não. é quando o sangue vira tinta. é a história que eu não conto em palavras. é quadro que eu resolvi não pendurar na parede da minha casa.

é quando eu visto minha pele nua com arte.

ressignificar

* imagem arquivo pessoal, 2021.