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confissões e confusões

me sentindo sem ânimo. também com medo e perdida. estou sozinha, me sinto feia. sem esperança no futuro. estar solteira parece um fardo. ninguém me olhar parece sentença de solidão, de rejeição, de dor, de incapacidade. estou sem estímulos para fazer algo novo. sigo cansada. quero chorar, mas quem me entende? quem vai me entender? gostaria de estar estudando, realizando meus desejos, seguindo com a vida mais leve. tudo tem que ser tão difícil? eu não sigo? não acredito em mim. tô fazendo o maior esforço para me manter de pé. e não basta. só não basta.
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Nota
hoje me senti sozinha. faz um tempinho que não chorava mais de saudades.  a repressa vazou. talvez o gosto do bolo de milho - aquele que comia antes de te encontrar - foi o gatilho para a memória. doído lembrar. desejei por um momento o passado. carro parado no meu portão. mochila nas costas. abri a ferida hoje. não cicatrizou. deixa eu chorar. não está tudo bem. sem fingir.
Nota

sou reticências. sempre fui da continuidade. pausas entre vírgulas. respiro entre ponto e vírgula. nos últimos anos apenas um ponto fez morada nos meus textos, um ponto final. final. fim. parar de vez. apertar o freio bruscamente. derrapar. cair. não tive opção. foi necessário finalizar as frases que deixei com reticências. achei que não conseguiria apagar os dois pontos, dos três, e usar apenas um. sigo buscando transformar um ponto final num ponto de recomeço. dói e não sei como se faz. não vou desistir de passar a limpo as páginas que foram rasgadas - sem piedade - do meu livro. as minhas reticências NINGUÉM, toma de mim.  
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📷 arquivo pessoal, 2022

[📣 alerta de textão]

Ato de resistência tem sido ser mulher dentro dessa sociedade doente, é repugnante, vem o gosto amargo na boca.

Não foi fácil acompanhar as últimas semanas dos noticiários. Fomos queimadas na fogueira em pleno século XXI, como na caça às bruxas que aconteceu no período da inquisição, no século XVI. Amarradas, amordaçadas, ameaçadas. Sofremos abusos TODOS os dias: de poder, físico, psicológico… não consigo enumerar, porque são infinitos. Nascer menina é ser inferior, condição criada pelo sistema patriarcal séculos atrás.

Estamos em 2022 e continuamos DOMINADAS pelo patriarcado. Chego a duvidar que um dia estaremos livres do MACHISMO e que seremos respeitadas.

Hoje estou cansada – resolvi me acolher – o chocolate é para disfarçar o amargo da boca, a frase é para não esquecer que somos resistentes. Amanhã começamos novamente, não vou desistir de desejar IGUALDADE e RESPEITO, sempre. JUNTAS.

Nota

Coragem

Juntei as ferramentas que estavam à disposição e entre um tropeço e outro segui. A sensação de seguir é indescritível. Meu rosto já não está “carrancudo”, tem brilho no olhar. Me sinto presente em mim mesma. Existe muita coisa para ser vivida e vista. Entrar em espaços, antes desconhecidos, é mola que me faz impulsionar. Há medo, mas também há coragem.

Quero falar

Queria escrever um textão – expressando tudo que senti – após ler os noticiários polêmicos sobre meninas, mulheres, abusos e poder. Confesso que não consegui escrever uma linha. Me causa ânsia ler sobre os fatos – os detalhes – me fazem embrulhar o estômago, além de trazer lágrimas aos olhos. Só consigo pensar na menina, na atriz e nas outras tantas mulheres que tiveram/têm seus corpos invadidos e foram/são julgadas por uma culpa que não são delas.

………..

Por coincidência, a página da agenda do dia 27 de junho, traz um texto sobre o patriarcado e todo seu poder sobre as mulheres.

Recado do Universo: preciso voltar aos estudos sobre a história das mulheres, feminismo, feminino, ancestralidade e todos seus desdobramentos. Não dá para ficar em silêncio, mas é preciso conhecer para falar, e farei isso, quero falar.

……….

texto Lorena Cabnal @mandalalunar

“O patriarcado não nasceu na natureza, porque a natureza não gera opressão e violência sobre nossos corpos. E, se o patriarcado foi construído, ele também pode ser desconstruído. Temos que ter muita criatividade política para desmontar todas as formas patriarcais — racismo, machismo, colonialismo — porque essas violências não estão separadas. À raiz dessas opressões começou a ser gerada há milhares de anos. Precisamos chegar nessa raiz. Se só lutamos contra O racismo ou só contra o neoliberalismo — de forma isolada — , lutamos com base em opressões de apenas um lado da teia da vida.”

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off-line – on-line

por escolha, me proteger, estou off-line faz um tempo. estar presente, on-line, não estava me ajudando a “organizar a bagunça interna”. decidi me proteger dos olhares inquisidores, das perguntas maldosas e das fotografias reveladoras que certamente me magoariam, coisa de quem teve o coração despedaçado. foi desafiador “sumir”, ficar off-line é necessário força. estou avaliando voltar a me inserir nas redes sociais, o motivo: ficar on-line. é uma contradição tamanha assumir que o on-line é necessário no momento, já adianto que estou em processo de cura ainda. antes que você, leitora e leitor, gargalharem, se já não fizeram isso, vou esclarecer. quero falar das minhas ideias, levantar a bandeira do feminismo, formar grupo de estudos sobre a história das mulheres, aprender mais sobre o sagrado feminino, compartilhar livros, buscar orientações sobre empreendedorismo feminino, ter uma rede de apoio, escutar, falar, mostrar, aprender… agregar. tem uma inquietação latente aqui dentro. não é salvar o mundo, mas de repente salvar nós mesmas do mundo, e acredito que isso já faz diferença. exposição é sobre isso e não sobre uma fotografia caprichada no filtro do faz de conta.