Dor de cabeça – ok
Olhos vermelhos de chorar – ok
Insônia – ok
Enquanto juntava meus cacos sozinha, falei para mim mesma que seria diferente. Menti. Talvez eu não seja tão forte quanto achava.
Dor de cabeça – ok
Olhos vermelhos de chorar – ok
Insônia – ok
Enquanto juntava meus cacos sozinha, falei para mim mesma que seria diferente. Menti. Talvez eu não seja tão forte quanto achava.
“Uma chance”, foi o que você pediu olhando nos meus olhos, depois de alguns meses em silêncio total. A lista de perguntas para te fazer, que anotei no meu caderno, não tirei da bolsa, e como quem advinha o futuro, você respondeu todas elas. Confesso que meu coração disparou e minhas mãos estavam geladas.
Hoje, consigo compreender que este tempo de “silêncio” foi importante para nosso crescimento. Ainda temos muito o que aprender, viver é aprender o tempo todo. Sinto que estamos voltando para nosso caminho, o meu caminho, o seu caminho.
Quando nossas mãos se encaixaram novamente, percebi que o carinho que você fazia com o polegar, enquanto segurava a minha mão, não foi esquecido. Sensação boa de cuidado. Os pequenos gestos são tão importantes.
“Uma chance”, eu disse olhando nos seus olhos, que nossa história merecia.
Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.