sou reticências. sempre fui da continuidade. pausas entre vírgulas. respiro entre ponto e vírgula. nos últimos anos apenas um ponto fez morada nos meus textos, um ponto final. final. fim. parar de vez. apertar o freio bruscamente. derrapar. cair. não tive opção. foi necessário finalizar as frases que deixei com reticências. achei que não conseguiria apagar os dois pontos, dos três, e usar apenas um. sigo buscando transformar um ponto final num ponto de recomeço. dói e não sei como se faz. não vou desistir de passar a limpo as páginas que foram rasgadas - sem piedade - do meu livro. as minhas reticências NINGUÉM, toma de mim.
coragem
uma semana estranha
Fui da vontade de ir embora correndo da academia, passando pela aula de fit dance me questionando o que eu estava fazendo ali, passando por duas crises de choro no trabalho, faltando academia por causa das dores nas pernas, até me encontrar correndo na esteira e me pertencer ali e FINALMENTE conseguir correr na rua até o final do percurso e sentir que eu posso ir mais longe.
[alerta de textão]

Há memórias invisíveis nesta fotografia. Um registro feito no fim, quando tudo silenciou. Estava lá, na minha frente, ao alcance das mãos. Não sei dizer se cheguei tão perto ou se cheguei tão longe, mas cheguei de alguma maneira. O caminho não foi/é dos mais fáceis, houve/há dor física e na alma também. Desacreditei que chegaria perto dessa bateria novamente, tinha certeza que esse som ficaria silenciado aqui dentro, para proteger a mim mesma de algumas dores. Apertar o play e aumentar o volume talvez tenha sido meu maior ato de coragem, nesses últimos anos. Não é apenas uma foto de uma bateria, é a foto da bateria.
voltei para minha casa
A sensação de estar de volta, para dentro de mim mesma, é indescritível.

É desafiador abrir um novo caminho na mata densa, com solo escorregadio e lama que te prende os pés. Em alguns momentos da vida nos dizem para seguirmos sozinhas e não há outra opção a não ser, ir, sobretudo, em frente.
do instagram

Nossa luta é diária
bom dia
“Às vezes a gente só precisa confiar. Deixar a afobação de lado e parar de adivinhar o que vem depois. Pressa demais não escreve história. Antecipa o que ainda nem começou e às vezes finaliza o que poderia valer a pena.” Marcely Gastaldi
o tamanho do medo
é sobre não fugir do medo, mas saber o que fazer com ele.

a borboleta de asa quebrada

Sinais do Universo… sim, ele te envia muitos. Não sei por quanto tempo a asa amassada da borboleta a impediu de voar, mas ela estava lá, com as asas abertas. Frágil, talvez cansada, mas esperava pelo vento que a faria levantar vôo. É sobre paciência e coragem. Me reconheci.