
Do Instagram

há um dente quebrado,
na frente.
quebrou,
rachou,
soltou,
faltou.
riso,
incompleto.
coração,
quebrado.
carentes;
ninguém desconfia.
aquilo que antecede. faz lembrar dos preparativos. momento de embalar corações. escrever palavras escolhidas com cuidado. a véspera de hoje não faz mais sentido. custa rememorar. talvez ninguém me entenda. não tenho mais véspera. a dor é só minha.
Não reconheço mais o meu coração
Mas não que ele se recusasse a bater
(…)
E assim, como o tempo
O motor ao relento
Sinto saudades já não me recordo porquê
(…)
como é desafiador a gente respeitar nosso próprio tempo. como gostaria de resolver tudo de uma vez. arrancar essa dor que está morando no meu peito.
KAUR, Rupi. Outros jeitos de usar a boca. 1.ed. – São Paulo: Planeta, 2017, p. 109.
* imagem arquivo pessoal, 2021.
imagem arquivo pessoal, 2020.
Concordo completamente com o @salomaopedro 💙
A vida me presenteou com uma amiga – que tem um coração que só emana amor – quando o mundo desabou sobre meus ombros. Ela vem acompanhando, de perto, minha história traduzida no título deste blog – de repente solteira. Quando ela fala: “não faz mais sentido”, sei que ultrapassei meu limite de sanidade e rapidamente reavalio “os porquês” nas longas conversas que tenho com ela. Hoje lembrei dessa frase, quando mais uma vez “os porquês” me visitaram e ela não estava ao meu lado para me alertar. Não fazer sentido nunca fez tanto sentido e talvez o caminho seja mesmo não fazer sentido algum. Vida que segue.