
*eu figurinha
*eu figurinha
Se cuide. Seja assertiva. Se cuide.
Como faço para reparar erros que cometi no passado? Hoje, mais madura, consigo identificar todas às vezes que falhei.
Não, não pense que isso me faz paralisar, agora tenho consciência dos muros que construí e aceito com gratidão a mulher que fui e sou.
Admito que poderia e deveria ter feito diferente, mas fui seguindo regras escritas, para não dizer impostas, por uma sociedade conservadora e machista. Sempre ouvi a frase: “seja uma boa moça e aguarde”, ingênua eu esperei.
Faz pouco tempo que venho me (re)descobrindo, experimentando uma força que por tantas vezes renunciei por acreditar que não possuía.
Percebo que dar um salto para dentro de si mesmo é um ato de coragem, a gente corre o risco de se machucar muito. Queda livre com frio na barriga. Quem nos aguarda lá embaixo, para amortecer o impacto da queda é nossa criança interior. Abraçadas choramos.
Peço perdão para a menina que fui e agradeço pela mulher que sou. Estou em paz mas sei que esse encontro é um dos muitos veus que precisam ser tirados e ressignificados.
Quando acham que não tenho forças vou lá e provo o contrário.
imagem arquivo pessoal, 2020.
Verde. O processo de amadurecimento é devagar. Antes é preciso ser semente. Crescer contra o peso da gravidade requer muita força. Amadurecer é solitário. A maturação só chega no tempo certo, nem antes nem depois, enquanto ela não chega enfrentamos chuvas, secas e pragas. Reconhecer nossos descuidos nos faz humanos. Aceitar nossas falhas nos faz humildes. Se perdoar é o alicerce para nosso crescimento e na época certa a gente floresce.
imagem arquivo pessoal, 2020.
imagem arquivo pessoal, 2020.
Esse registro fala sobre autocuidado. Faz muito tempo que não pintava as unhas, a gente vai se “largando”, se “deixando” e quando nos damos conta o tempo passou. Hoje pintei as unhas de vermelho, me senti muito bem. Meu autocuidado. Cor para meus dias.
* imagem arquivo pessoal, 2020.
“Uma chance”, foi o que você pediu olhando nos meus olhos, depois de alguns meses em silêncio total. A lista de perguntas para te fazer, que anotei no meu caderno, não tirei da bolsa, e como quem advinha o futuro, você respondeu todas elas. Confesso que meu coração disparou e minhas mãos estavam geladas.
Hoje, consigo compreender que este tempo de “silêncio” foi importante para nosso crescimento. Ainda temos muito o que aprender, viver é aprender o tempo todo. Sinto que estamos voltando para nosso caminho, o meu caminho, o seu caminho.
Quando nossas mãos se encaixaram novamente, percebi que o carinho que você fazia com o polegar, enquanto segurava a minha mão, não foi esquecido. Sensação boa de cuidado. Os pequenos gestos são tão importantes.
“Uma chance”, eu disse olhando nos seus olhos, que nossa história merecia.