por escolha, me proteger, estou off-line faz um tempo. estar presente, on-line, não estava me ajudando a “organizar a bagunça interna”. decidi me proteger dos olhares inquisidores, das perguntas maldosas e das fotografias reveladoras que certamente me magoariam, coisa de quem teve o coração despedaçado. foi desafiador “sumir”, ficar off-line é necessário força. estou avaliando voltar a me inserir nas redes sociais, o motivo: ficar on-line. é uma contradição tamanha assumir que o on-line é necessário no momento, já adianto que estou em processo de cura ainda. antes que você, leitora e leitor, gargalharem, se já não fizeram isso, vou esclarecer. quero falar das minhas ideias, levantar a bandeira do feminismo, formar grupo de estudos sobre a história das mulheres, aprender mais sobre o sagrado feminino, compartilhar livros, buscar orientações sobre empreendedorismo feminino, ter uma rede de apoio, escutar, falar, mostrar, aprender… agregar. tem uma inquietação latente aqui dentro. não é salvar o mundo, mas de repente salvar nós mesmas do mundo, e acredito que isso já faz diferença. exposição é sobre isso e não sobre uma fotografia caprichada no filtro do faz de conta.
aprender
ruas desertas
dose de reforço da vacina contra COVID-19, OK. saí cedo de casa. chamar um carro por App – no início da manhã – com ruas ainda desertas me deixa tensa. ruas cheias não é garantia de nada, eu sei. chamei o carro. era uma mulher. meu coração agradeceu com batidas compassadas – desaceleradas. assim que entrei no carro comentei que era bom ser uma motorista – mulher – que me levaria até meu destino. ela comentou brevemente: “sim”. não prossegui com a conversa. olhando olhando pela janela, a rua ainda deserta, me questionei a que horas aquela mulher havia saído de casa. sair de casa e ter como única certeza o caminho que volta para ela. lembrei das mulheres que conheço no dia a dia, encarando o mundo. tem medo. mas seguem. a gente consegue aprender com todas elas. basta ver pela janela ruas desertas. vejo poesia.
2km é meta alcançável
nos últimos anos me submeti a objetivos inalcançáveis, em alguns momentos não dependiam apenas de mim, haviam condições externas. a gente se frustra – bastante – quando não atingimos o que desejamos ou estabelecemos como meta. ontem saí para correr. estabeleci a minha meta – consciente do meu limite – deu certo. corri até a marca determinada por mim – para minha surpresa o App de corrida marcou 2Km – sensação boa alcançar o objetivo. não tenho dúvidas que os estudos sobre autoconhecimento me trouxe a consciência dos meus limites – composição física e mental – é fundamental para nosso crescimento. todos os dias aprendo mais um pouco comigo mesma. faz tempo que me propus uma meta alcançável, cumpri-la é mágico.
Motor(Canção de Pitty)

Não reconheço mais o meu coração
Mas não que ele se recusasse a bater
(…)
E assim, como o tempo
O motor ao relento
Sinto saudades já não me recordo porquê
(…)
Mergulho
Como faço para reparar erros que cometi no passado? Hoje, mais madura, consigo identificar todas às vezes que falhei.
Não, não pense que isso me faz paralisar, agora tenho consciência dos muros que construí e aceito com gratidão a mulher que fui e sou.
Admito que poderia e deveria ter feito diferente, mas fui seguindo regras escritas, para não dizer impostas, por uma sociedade conservadora e machista. Sempre ouvi a frase: “seja uma boa moça e aguarde”, ingênua eu esperei.
Faz pouco tempo que venho me (re)descobrindo, experimentando uma força que por tantas vezes renunciei por acreditar que não possuía.
Percebo que dar um salto para dentro de si mesmo é um ato de coragem, a gente corre o risco de se machucar muito. Queda livre com frio na barriga. Quem nos aguarda lá embaixo, para amortecer o impacto da queda é nossa criança interior. Abraçadas choramos.
Peço perdão para a menina que fui e agradeço pela mulher que sou. Estou em paz mas sei que esse encontro é um dos muitos veus que precisam ser tirados e ressignificados.
Aprender
A Natureza ensinando sobre resiliência!

imagem arquivo pessoal